Quem sou eu

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Hello! I've waited here for you everlong.

31 de out. de 2010


Eu tenho saudade de como eu costumava ser. O jeito como ninguém me segurava, o jeito como ninguém conseguia me manter por perto. Dona de todas as minhas vontades, sem pedir permissões, nada no mundo conseguia me parar a partir do momento que eu traçava um objetivo na minha mente. Sabiam que se tentassem, perderiam. Inteiramente, selvagem. Destemida. Não parava para pensar, nem um milésimo de um segundo, se tivesse que dar o primeiro ou o segundo ou terceiro ou o quarto passo para tomar alguma atitude. Eu não era tão simpática, eu não era tão legal, nem paciente e nem conformada. Era forte, rápida e esperta. Os movimentos saíam certos. As vitórias garantidas e totalmente mais frequentes que hoje. Eu não fazia idéia do que era desistir ou broxar. O meu querer, necessariamente, era sempre o mesmo que poder. Eu sempre vencia. E só chorava de alegria.
Eu só queria entender onde aquilo tudo foi parar e por que eu me tornei oposta a tudo que eu era.

Procura-se alguém que eu não ame, alguém que também não me ame, que se satisfaça em me ver só uma vez na semana, que não me ligue todos os dias nem faça questão de falar comigo a todo minuto. Procura-se alguém que espere o mesmo de mim. Alguém que não queira meu amor, minha atenção, meu coração (para isso o proprietário já apareceu). Eu quero, procuro alguém que me distraia nos momentos críticos que virão, mas que apareça só pelos meus beijos. Só por um pente.

O desconforto eterno se depositou em mim.
Distraindo, reagindo.
Eu fico contra a minha vontade ao lado do meu próprio reflexo.
É assustador como parece que eu não consigo me encontrar de novo.


@Linkin Park - crawling

25 de out. de 2010


E é assim que as coisas vão agora (para mim). Sorrisos nem sempre sinceros e um par de olhos com uma certa quantidade maior de água. Um par (meu par) que se disponibilizou a passar o tempo que puder evitando encontrar um outro par (o seu), afim de conseguir evitar que a aguaçeira caia bem em cima do tais sorrisos forjados.
É tão difícil mentir ao outro par.
Mas essa noite, quem poderia parar a água?
Essa noite não é preciso mentir.
Não é preciso sorrir.
Essa noite vai ser como tantas outras: Úmida.
E não é a chuva que influencia.
É o par.
O mais bonito.

A voz do silêncio.


''Pior do que a voz que cala é um silêncio que fala. Simples.Rápido. E quanta força!
Imediatamente, me veio à cabeça situações em que o silêncio me disse verdades terríveis. Pois você sabe, o silêncio não é dado a amenidade. Um telefone mudo. Um e-mail que não chega. Um encontro onde nenhum dos dois abre a boca. Silêncios que falam sobre desinteresse, esquecimento, recusas. Quantas coisas são ditas na quietude depois de uma discussão. O perdão não vem, nem um beijo, nem uma gargalhada para acabar com o clima de tensão. Só ele permanece imutável. O silêncio, a ante-sala do fim. É mil vezes preferível uma voz que diga coisas que a gente não quer ouvir, pois ao menos as palavras que são ditas indicam uma tentativa de entendimento. Cordas vocais em funcionamento articulam argumentos, expõem suas queixas, jogam limpo. Já o silêncio arquiteta planos que não são compartilhados. Quando nada é dito, nada fica combinado. Quantas vezes numa discussão histérica ouvimos um dos dois gritar: ''Diz alguma coisa, mas não fica aí parado me olhando!'' É o silêncio de um mandando más notícias para o desespero do outro.
É claro que há muitas situações em que o silêncio é bem vindo. Para um cara que trabalha com uma britadeira na rua, o silêncio é um bálsamo. Para a professora de uma creche, o silêncio é um presente. Para os seguranças de um show de rock, o silêncio é um sonho. Mesmo no amor, quando a relação é sólida e madura, o silêncio a dois não incomoda, pois éo silêncio da paz.
O único silêncio que perturba é aquele que fala. E fala alto. É quando ninguém bate à nossa porta, não há e-mails na caixa de entrada, não há recados na secretária eletrônica. E mesmo assim, você entende a mensagem.''

@Martha Medeiros.

24 de out. de 2010